Em Miami a Melhor Corrida do Ano

O GP de Miami emitia sinais, desde a sexta-feira, de que seria um acontecimento marcante na história da Fórmula 1. E de fato se confirmou. A começar pela expectativa gerada em torno de sua realização, confirmada pela venda total da carga de ingressos, quase 130 mil, acompanhada pelo desfile de famosos e das inúmeras atrações extras. Os Estados Unidos da América sabem como montar um espetáculo. Será inevitável a promoção de mais corridas em território americano.

Mais importante ainda que o grande público e a enorme badalação ocorreu dentro da pista. Continua diminuindo a distância entre os carros, de acordo com os tempos de volta registrados, desde o treino livre de sexta-feira. Os carros da Red Bull, Ferrari e Mclaren marcaram as melhores voltas na qualificação, separados por 0s434 entre eles, os seis primeiros: 1º) Max Verstappen (Red Bull) com 1m27s241, 2º) Charles Leclerc (Ferrari) com 1m27s382, 3º) Carlos Sainz (Ferrari) com 1m27s455, 4º) Sergio Perez (Red Bull) com 1m27s460, 5º) Lando Norris (Mclaren) com 1m27s594 e 6º) Oscar Piastri (Mclaren) com 1m27s675. No Q1 a diferença entre o 1º (Verstappen) e o 20º (Sargeant) ficou em 1s115. É a menor distância entre carros no grid da história.

Nessas condições pilotagem um pouco mais agressiva e com mínimos erros, estratégias eficientes, operações de boxe perfeitas e uma dose de sorte são fundamentais. A falha de qualquer um desses detalhes comprometeria a prova. A projeção era de uma corrida com todos os carros formando um bloco, com separações em pequenos grupos, em disputas durante todo o tempo. O ponto de partida para cada equipe se encontrava no domínio do acerto básico específico para a pista.

Vertappen largou na frente e começou a abrir vantagem, como de costume. Quando o holandês já superava a vantagem de 5 segundos passou a reclamar com mais insistência de problemas de dirigibilidade no seu carro, deixou de abrir vantagem e conseguiu no máximo manter o ritmo. Em sua perseguição os Ferrari de Leclerc e  Sainz e os Mclaren de Norris e Piastri vinham trocando de posições e já se aproximando de Max. Veio a troca de pneus e todos os líderes logo foram aos boxes, com exceção de Norris, que naquele momento liderava. Para sorte do piloto inglês surgiu uma bandeira amarela, que possibilitou uma parada sem perder a liderança. Administrou até o final e conquistou sua primeira vitória na Fórmula 1. Merecido para um piloto provido de grande talento, que vinha merecendo esse triunfo. Todos no circo ficaram felizes.  Cruzaram a linha de chegada a seguir Verstappen, Leclerc, Sainz, Peez, Hamilton, Tsunoda, Russell, Alonso e Ocon, completando os 10 primeiros. 19 dos 20 carros que participaram completaram as mesmas 57 voltas do vencedor. Uma raridade, só possível em competições que envolvem participantes de alto nível técnico. Após a corrida, Sainz perdeu a posição para Perez por uma posição de acréscimo de tempo.

Os amantes da velocidade testemunharam disputas que em determinados momentos envolviam brigas roda a roda entre um Mercedes e um Hass, Tsunoda chegando em 7º lugar, superando Russell e Alonso, os Aston Martin recuperando o terreno perdido, Magnussen sendo punido duas vezes, além de vários outros lances que prenderam a atenção de todos. Podemos esperar as mesmas condições nas próximas corridas.

Pela segunda vez em 6 corridas Verstappen enfrenta problemas com o carro, sendo que em uma resultou em abandono. Pode ser um reflexo das discussões internas que envolvem a alta cúpula da equipe. As diferenças entre Christian Horner e Helmut Marko, com o dedo sujo de Jos Verstappen ajudando a contaminar o ambiente, vai refletir diretamente no desempenho da pista, depois de percorrer cada departamento. Adrian Newey já avisou que está de saída. A Red Bull pode estar iniciando o caminho de volta à metade do grid, assim como aconteceu com a Mercedes.

Ainda acreditamos que Carlos Sainz vai para a Mercedes, a promessa Kimi Antonelli fará um estágio na Williams, Botas será aposentado e Guanyu Zhou vai mudar de categoria.

Próximo encontro: GP Emilia-Romagna (Ímola) em 19 de maio.

Luiz Carlos Lima

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