O Nível Técnico dos Pilotos de Fórmula 1
Nem quem acompanha a Fórmula 1 assiduamente entendeu a presença no grid de largada do GP da Arábia Saudita, de Oliver Bearman, piloto britânico, reserva da Ferrari, estreando aos 18 anos de idade. Ele substituiu o titular Carlos Sainz, que foi obrigado a fazer às pressas uma cirurgia de apendicite, no sábado, antes da qualificação. O circuito de Jeddah tem um dos traçados mais complicados e perigosos da temporada. Bearman marcou o 11º lugar para o grid e na corrida foi melhor ainda, chegando na 7ª colocação. Causou uma certa estranheza a Ferrari ter optado por um piloto tão jovem, já que outros pilotos reservas mais experientes poderiam ser cedidos por outra equipe.
Acontece que as equipes de Fórmula 1 são dirigidas por pessoas competentes, que assumem total responsabilidade por suas decisões e estão conscientes de que a categoria atingiu o mais alto nível técnico em esportes a motor. Bearman vem sendo preparado pela Ferrari desde o início de 2023, quando o britânico se destacou em um teste envolvendo outros pilotos promissores. Pilotos reservas na categoria recebem o mesmo treinamento físico, psicológico e em simuladores, que os titulares, a fim de que estejam totalmente prontos para enfrentar um GP sem qualquer embaraço. Oliver Bearman participará em 2025 de sua primeira temporada completa pela Haas. Faz parte de um acordo com a Ferrari, que o está preparando com o objetivo de assumir futuramente um posto de titular na equipe italiana.
Depois que a Red Bull promoveu Max Verstappen a piloto titular em 2015, quando o piloto ainda tinha 17 anos de idade (nasceu em 30 de novembro de 1997), outras equipes também querem o seu Verstappen. E buscam na Fórmula 3 e até no kart, pilotos com grande potencial. A Ferrari acredita ter encontrado em Bearman esse fenômeno. Não será sempre que vão acertar, embora disponham de todos os meios tecnológicos possíveis para analisar o desempenho do piloto nas mais variadas situações.
Andrea Kimi Antonelli, de apenas 17 anos, que completará 18 anos agora, em 25 de agosto, é a aposta da Mercedes, que o descobriu correndo na Freca (categoria de monopostos de âmbito europeu), o contratou, o colocou para disputar a Fórmula 2, e já o testou na Fórmula 1. Segundo os testes, Antonelli apresentou um notável nível técnico, confirmando as expectativas. A Mercedes está decidindo se em 2025 o coloca diretamente como titular, se o deixa na reserva ou se o cede para correr em outra equipe. Toto Wolff, o chefão da equipe alemã, afirma com convicção: — A prioridade é ter Antonelli como titular. Se percebermos que ele ainda não está pronto adiaremos por um ano sua estreia.
Restam apenas quatro lugares a serem ocupados na Fórmula 1, um em cada equipe: Mercedes, RB, Sauber e Alpine. Surgiram alguns comentários sobre o piloto brasileiro Gabriel Bortoletto, que vem atuando com grande destaque na Fórmula 2, que estaria em negociações adiantadas com a Sauber, futura Audi, como companheiro de Hulkenberg. Felipe Drugovich irá pelo terceiro ano ser piloto reserva da Aston Martin. Alonso completou 43 anos em julho e está na hora de pendurar o capacete. Achamos que o espanhol estará fora em 2026. Se Drugovich estiver ligado à equipe poderá herdar o posto.
Diante dessa nova situação, pilotos veteranos como Valtteri Bottas (com 10 vitórias) e Daniel Ricciardo (com 8 vitórias), poderão ter suas aposentadorias antecipadas. A média de idade dos pilotos de Fórmula 1 em 2024 é de 28,18 anos. Os critérios utilizados na contratação de pilotos está se alterando, apoiados em dados concretos. O avanço da telemetria já não deixa nenhuma dúvida. Tudo fica registrado, cada ponto de frenagem, aceleração e desaceleração, Enfim, oferece um mapeamento completo. O piloto pode analisar seu próprio desempenho e melhorar sua maneira de pilotar seu carro de corrida.
Na semana que vem trataremos de aerodinâmica. A história, como funciona, os efeitos no carro e sua importância.
Próximo encontro: GP da Holanda, no dia 25 de agosto
