Felice Bonetto

Felice Bonetto nasceu em Manerbio, perto de Brescia, Itália, a 9 de junho de 1903. Começou nas competições de motocicletas ainda muito jovem, só passando às corridas de automóveis aos 28 anos de idade. Estreou com um Bugatti 37, na prova Bobbio-Penice, em 1931. Chegou em 3º lugar no Grande Prêmio de Monza de 1933, no que ficaria conhecido como o Dia negro de Monza. Nessa corrida perderam a vida os famosos pilotos Giuseppe Campari, Mario Umberto Borzachini e Stanislaw Czaykowiski. Nesse mesmo ano foi 2º na Mille Miglia.

                Bonetto tinha uma personalidade extremamente forte, às vezes agressiva, e não se adaptava às regras estabelecidas nas equipes oficiais de fábrica. Preferia os esquemas independentes, onde podia ele mesmo controlar as ações. Isso resultou em competir quase sempre com carros inferiores tecnicamente aos de fábrica. Ficou famoso pela forma arrojada que guiava seus carros.

Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) voltou a competir, já perto de completar 45 anos, com um limitado Cisitalia, em 1947, vencendo os carros da Ferrari nos circuitos de Asti e Vigevano. Passou a dispor também de um Maserati 1.500 cc e um velho Delage 3.000 cc, carro com o qual venceu no circuito de Florença.

Em 1948 permaneceu com o Cisitalia e triunfou na Mille Miglia em sua categoria e também venceu os circuitos de Vercelli e Mântua. No ano seguinte entrou para a equipe da Ferrari, onde ficou apenas um ano. Com o carro de Enzo chegou 2 vezes em 2º lugar, na Mille Miglia e no GP de Monza. Foram várias discussões com a direção da equipe italiana. Não se conformava com as ordens de favorecer o piloto líder nas corridas. Em 1950 voltou a ser piloto independente. Essas atitudes rebeldes o levaram a ganhar um apelido: O Pirata.

Era capaz de incríveis façanhas. Com um Alfa Romeo fabricado em 1939, participou do GP do Porto, depois de viajar com o carro de corrida da Itália a Portugal. Sem tempo de participar da qualificação, largou em último e venceu a prova. Ganhou outras corridas de menor importância com um Osca 1.300 cc.

Com o lançamento da Fórmula 1, em 1950, participou de 2 GPs, Suiça e França. Com o Maserati 4CLT chegou em 5º na Suiça e não terminou na França. Em 1951 entrou para a equipe oficial da Alfa Romeo, mas a fábrica italiana fechou seu departamento de competições no final do ano. Bonetto voltou a seu esquema independente, dirigindo carros das marcas Maserati e Lancia. Com o Lancia venceu a Mille Miglia, sendo obrigado a empurrar o carro, por falta de gasolina, nos últimos 100 metros antes da linha de chegada. No GP da Itália do mesmo ano não venceu mas deu muito trabalho aos bem mais potentes carros da Ferrari.

A temporada de 1953 começou muito bem para Bonetto, com as vitórias no GP do Jubileu, em Lisboa, na Pontedecimo-Giovi e na Bolonha-Raticosa. Em seguida partiu para o México, para a disputa da Carrera Panamericana, com seu Lancia esporte. Liderava a importante corrida, com folga sobre Fangio, Taruffi e Castelotti. Bonetto, em seu estilo sempre ousado, contornou uma curva muito além do limite. O resultado foi um choque contra um poste e a morte instantânea do grande piloto italiano. Uma legião de admiradores lamentou sua perda, assim como todo o meio do automobilismo.

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