Tazio Nuvolari

Tazio Giorgio Nuvolari nasceu em Casteldario, localidade próxima a Mântua, a 16 de novembro de 1892. Apaixonado por automobilismo desde a adolescência, só pode começar a pilotar quando já tinha 28 anos de idade, em motocicletas. Sua primeira vitória como piloto aconteceu no ano de 1924, no circuito de Tigullio, cruzando a linha de chegada sem pneus, rodando só nos aros das rodas.

Em 1925 foi contratado pela Alfa Romeo, quando ainda pilotava motos. Decidiu correr ainda uma última vez em duas rodas, depois se dedicaria apenas aos carros. Sofreu um acidente sério com sua moto e se feriu a ponto de não poder estrear pela Alfa Romeo e a equipe italiana suspendeu seu contrato.

Depois de um ano se dedicando ao motociclismo, tomou a decisão, em 1927 de montar sua própria equipe. Se associaram a ele no temerário empreendimento o empresário mantuano Cesare Pastore e o então piloto de motos Achille Varzi. Compraram carros da Bugatti usados. Apesar das muitas dificuldades de dirigir a escuderia e pilotar, conseguiu vitórias em Roma, Trípoli e Pozzo.

Nuvolari era um homem derrotado no final de 1928. Os velhos carros de sua equipe quebravam constantemente e se mostravam incapazes de continuar competindo. Endividado e praticamente sozinho, acabou aceitando o convite do projetista Vitorio Jano, da Alfa Romeo, para participar exclusivamente da Mille Miglia, com o Alfa 1750. Varzi já fazia parte da equipe italiana e era um dos favoritos à vitória. Percebendo que partiria logo atrás de Varzi, a corrida era contra o relógio, sabia que se o acompanhasse de perto teria grande chance de vencer. Durante a noite, desligou os faróis e permaneceu o tempo todo próximo a Varzi. Pouco antes da linha de chegada Nuvolari ligou os faróis, ultrapassou e venceu. Varzi, que se julgava numa liderança tranquila, não acreditava no que acabara de acontecer. A sorte de Tazio parecia ter voltado.

Continuou guiando carros Alfa Romeo sem um contrato fixo. Em 1930 venceu o Tourist Trophy, superando Campari e Varzi. O desempenho de Nuvolari começou a ameaçar a posição de primeiro piloto de Varzi, que exigiu que a equipe escolhesse um dos dois. A Alfa optou pela permanência de Achille. Tazio então assinou com a equipe oficial da fábrica francesa Bugatti.

Em 1931 o italiano lutou contra os poderosos Alfa Romeo P3, um dos melhores carros de corrida da história, projetado pelo genial Vitorio Jano. Algumas poucas vezes conseguiu vencer as máquinas italianas. No mesmo ano foi convidado a integrar a escuderia Ferrari, que preparava carros produzidos pela Alfa Romeo. Com os fabulosos P3 conquistou uma série de vitórias. Venceu pela primeira vez o GP da Itália (chegou em primeiro nessa prova 5 vezes, 1931, 1932, 1933, 1935 e 1936). Ainda em 1931 conquistou outras vitórias.

Aos 40 anos de idade Tazio Nuvolari estava no auge sua carreira, considerado o melhor piloto do mundo. 1932 foi um dos anos de maiores conquistas do italiano. Chegou na frente nos GPs da Itália, França e Mônaco, além da já tradicional Targa Florio.

Apesar da excelente performance, da ótima vitória nas 24 Horas de Le Mans, em dupla com Raymond Sommer, Tazio se desentendeu com a direção da Ferrari. Em julho de 1933 se transferiu para a Maserati. O italiano saiu disposto a provar que era bom piloto com qualquer carro. Foi a único a superar em certas ocasiões os ótimos carros preparados por Ferrari.

1934 foi o primeiro ano do absoluto domínio das equipes alemãs Auto Union e Mercedes. Os carros prateados superaram todas as demais desde seu primeiro ano que competiram. Mesmo com carro inferior, na ocasião um Maserati, Tazio era apontado como um dos principais favoritos. Porém, em uma corrida menos importante, em Alexandria, saiu da pista e bateu em uma árvore. Sofreu duas fraturas na perna esquerda. Um mês depois, em Avus, Nuvolari correu com a perna engessada e ainda chegou em 5º lugar.

Nuvolari tentou um lugar para correr nas duas equipes alemãs, mas não conseguiu. Superou antigas divergências e voltou para a Ferrari, em 1935. No GP da Alemanha desse ano o piloto alcançou um nível de desempenho que beira a perfeição. Auto Union e Mercedes participaram com um total de 9 carros, todos bem mais potentes que o Alfa do italiano. Com uma estratégia bem mais eficiente que os demais venceu a corrida, frustrando as expectativas de mais de 300 mil alemães, o público reunido na pista.

1936 foi mais um ano de domínio alemão. Mesmo assim, Tazio conseguiu se impor em algumas oportunidades. Venceu a Copa Ciano, os GPs da Espanha e Hungria e a Copa Vanderbilt. Em 1937 os carros da Auto Union e Mercedes foram ainda melhores. Venceu apenas uma corrida, de importância secundária, em Turim.

No início de 1938 deixou mais uma vez os carros da Alfa Romeo e assinou com a Auto Union, com a dura missão de substituir Bernd Rosemeyer, grande piloto alemão, que perdera a vida em um acidente. A imprensa e o público questionavam como seria o desempenho do veterano italiano, aos 46 anos de idade. Com um carro competitivo nas mãos, Nuvolari mostrou toda a sua técnica, ainda apurada. Sua última vitória antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi no GP da Iuguslávia, no dia 2 de setembro de 1939.

Voltou a correr aos 54 anos de idade no GP de Albi, guiando um Maserati e venceu a corrida. Participou da Mille Miglia de 1947 e chegou em 2º lugar. Em 10 de abril de 1950 participou da Palermo – Monte Pelegrino, vencendo na sua categoria. Essa foi sua última corrida.

Tazio Nuvolari morreu na cidade de Mântua no dia 11 de agosto de 1953, pelo agravamento dos sérios problemas cardíacos que sofria. O grande piloto, um dos melhores de todos os tempos, nunca anunciou que se retiraria das pistas.

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