Tyrrell 003

Robert Kenneth Tyrrell, ou simplesmente Ken Tyrrell, nasceu a 3 de maio de 1924, em East Horsley, Inglaterra. Começou a pilotar carros de corrida no início da década de 1950. No ano de 1959 desistiu dessa atividade, ao perceber que não tinha futuro. Mas não deixou as corridas. Deu início a sua carreira como chefe de equipe. Ken descobriu como era eficiente nessa função. Metódico e intransigente, sua equipe dava exemplos de competência, estabelecendo novos padrões de organização, simples e funcional.

A fama do chefe de equipe Ken Tyrrell foi crescendo, a ponto de passar a dirigir a estrutura esportiva oficial da fábrica Matra. Convenceu a empresa francesa a equipar o modelo MS10 com o motor americano Ford Cosworth. O pesado motor Matra V12 equiparia o modelo MS11. Era o início do Campeonato Mundial de 1968.

John Young Stewart, o famoso Jackie Stewart, nasceu a 11 de junho de 1939, em West Durbantoshire, na Escócia. Depois de se destacar nas categorias de base, chegou à Fórmula 1 em 1965, contratado pela BRM (British Racing Motors), onde permaneceu até 1967. Mesmo não tendo sido campeão, era reconhecido como um dos melhores do mundo. Contratado pela Matra International a partir de 1968, se juntou ao amigo Ken Tyrrell, o chefe da equipe francesa, dando início a uma longa e vitoriosa parceria. Stewart fechou o ano com 3 vitórias, mostrando o grande potencial da combinação Matra-Ford. O escocês trabalhou muito no desenvolvimento do carro.

Carro acertado para a temporada de 1969, Stewart e Tyrrell colheram os frutos de muita dedicação. Guiando o Matra MS80-Ford Cosworth, o escocês venceu 6 (África do Sul, Espanha, Holanda, França, Grã-Bretanha e Itália) dos 11 Grandes Prêmios disputados. Com esses resultados faturou seu primeiro título mundial.

Jackie e Ken pretendiam apenas trabalhar na evolução do carro campeão. Uma surpresa aconteceu: a Matra foi vendida para o grupo americano Chrysler, que até continuou com o programa esportivo da Matra, só não permitiu a continuação do uso dos motores da concorrente Ford. Tyrrell não concordou com a mudança para os pesados V12 e deixou a equipe Matra. Passou a planejar construir seu próprio carro, o que faria durante toda a temporada de 1970. Fundou então a Tyrrell Racing Organisation e usou nessa primeira temporada como independente o novo carro britânico March 701. Contratou o projetista Derek Gardner para projetar o Tyrrell 001.            A equipe Tyrrell competiu com o March durante 10 corridas da temporada de 1970, das 13 do calendário. Gardner trabalhou no novo projeto secretamente, em sua casa. Ouviu muitas sugestões de Tyrrell e Stewart. O trio já projetou um bom resultado final, o que veio a acontecer. O Tyrrell 001 estreou no GP do Canadá, pilotado pelo escocês, logo registrando a pole position. Na prova liderou até a quebra de um eixo. Um vazamento de óleo o obrigou a se retirar quando novamente liderava. No GP do México, última prova do ano, alguns pequenos defeitos foram determinantes para a desistência pela terceira vez, em três corridas.

Apesar das quebras, o Tyrrell 001 mostrou grande potencial, mas Gardner e equipe acreditaram em uma evolução ainda maior do chassi. O Campeonato de 1971 seria um teste para o potencial do novo carro. Trabalharam a tempo de alinhar o modelo 002, já com novas ideias em relação ao 001, no GP da África, conduzido por François Cevert, que havia sido contratado desde as últimas três corridas do ano anterior. O escocês chegou em segundo lugar. Stewart passou a guiar o 003, modelo definitivo para a temporada, ainda mais evoluido, no GP da Espanha. O carro estava tão bom que Stewart venceu na estreia do modelo.

Ainda em 1971 Jackie Stewart venceu os GPs de Mônaco, França, Grã-Bretanha, Alemanha e Canadá. Com esses resultados conquistou seu segundo título mundial. O Tyrrell 003 ainda venceu duas corridas em 1972, na Argentina e na França. Mas o carro se mostrou obsoleto, em relação ao Lotus 72 de Emerson Fittipaldi, o novo campeão.

O Tyrrell 003 foi um dos carros mais bem sucedidos da história da Fórmula 1.