Giuseppe Farina

Nascido na cidade de Turim, na Itália, a 30 de outubro de 1906, Giuseppe Farina, ou simplesmente Nino, apelido pelo qual ficou conhecido, foi um dos melhores pilotos da Europa no seu tempo.

Formado em Direito, não chegou a exercer a profissão. Na adolescência conheceu o automobilismo e ficou encantado pelo esporte. Teve o apoio do pai e a influência do tio, o célebre carrozzieri Pinin Farina (Pininfarina) desde o início da carreira. Comprou, em 1930, um Alfa Romeo 1500, se inscrevendo uma corrida de subida de montanha. Sofreu um acidente muito sério, o que o afastou das competições até 1933.

Numa corrida no circuito de Modena, que venceu, superou o grande nome da época, o então campeão italiano Tazio Nuvolari, um dos melhores pilotos da história no período entre guerras (1919-1939) Nino pode contar com o apoio do já veterano Tazio, praticamente pelos 20 anos seguintes.

Até o final da temporada de 1935, Farina se tornou um dos melhores pilotos da Europa, conquistando várias vitórias, guiando carros das marcas Lancia, Alfa Romeo e Maserati. No início de 1936 passou a integrar a Alfa Romeo, onde permaneceu por longo período na equipe oficial da marca italiana. Foi campeão italiano em 1937, 1938, 1939 e 1950.

Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) retornou ainda muito competitivo, aos 30 anos de idade. Em 1946 venceu o GP das Nações, em Genebra, com Alfa Romeo. Em 1948, com Maserati, venceu os GPs de Mar del Plata, Mônaco e Suiça. Em 1949 venceu corridas na Argentina e foi segundo colocado no Rio de Janeiro.

A Federação Internacional do Automóvel (FIA) criou novos regulamentos esportivos, estabeleceu a divisão de categorias de monopostos em Fórmulas 1, 2 e 3. A disputa seria a partir de 1950. Farina integrava a equipe oficial da Alfa Romeo e nela permaneceu para a disputa do primeiro Campeonato Mundial de Pilotos. Sete corridas foram programadas para a primeira edição: GPs da Grã-Bretanha, Mônaco, Suiça, Bélgica, França e Itália e a prova 500 Milhas de Indianápolis.

Giuseppe Farina, com o eficiente Alfa Romeo 158, venceu o primeiro Grande Prêmio, da Grã-Bretanha, à frente de seus companheiros de equipe Luigi Fagioli e Reg Parnell. No GP de Mônaco se envolveu em um acidente com outros 8 carros e abandonou a prova. Fangio venceu e acirrou a luta pelo campeonato.

No GP da Suiça, em Brengarten, Farina voltou a vencer, com Fagioli em segundo, com uma diferença mínima de 0,4s. Fangio não pontuou. O argentino deu o troco na Bélgica, ficando Fagioli em 2º e Farina em 4º, salvando alguns pontinhos muito importantes, e que seriam decisivos no final. Fangio voltou a vencer na França, com Fagioli em 2º. Dessa vez Farina não conseguiu pontuar. A decisão da temporada ficou para a última corrida e Farina conseguiu a vitória, enquanto Fangio foi obrigado a abandonar e Fagioli terminou em 3º lugar. Farina com 30 pontos, Fangio com 27 e Fagioli com 24. Assim terminou o 1º Campeonato Mundial de Pilotos.

Em 1951 Farina permaneceu na Alfa Romeo, assim como Fangio. Mas foi um ano em que o italiano venceu só o GP da Bélgica e chegou em 3º na Espanha e na Suiça. Ficou em 4º no campeonato, com 19 pontos. Fangio foi o campeão. No final do ano a Alfa Romeo anunciou sua retirada das competições.

A Ferrari era uma equipe em ascensão. Para 1952 contratou Alberto Ascari e Giuseppe Farina para pilotar o excelente Ferrari 500. Fangio não participou do Campeonato devido a um grave acidente sofrido no início do ano. Os italianos foram imbatíveis. Ascari venceu 6 das 8 corridas do ano, enquanto Farina chegou 4 vezes em 2º lugar. No final do ano Ascari foi campeão e Farina vice-campeão.

Ascari (Ferrari) foi novamente imbatível em 1953. Venceu 5 das  9 provas do calendário, somando no final 34,5 pontos, considerando os descartes. Fangio (Maserati) somou 28 pontos e foi o vice-campeão e Farina (Ferrari), com 26 pontos, o 3º do campeonato. Nesse mesmo ano Farina conquistou o GP da Alemanha, além dos GPs de Nápoles e Rouen e os 1000 Km de Nurburgring.

Em 1954 Ascari foi para a Lancia e Farina foi promovido a 1º piloto da Ferrari. Depois de vencer o GP de Siracusa sofreu sérios acidentes na Mille Miglia e nos 1000 Km de Monza, que o afastaram no restante da temporada.

Retornando às pistas em 1955, ainda debilitado, foi 2º colocado no GP da Argentina, vencido por Fangio. Nas demais corridas do ano assistiu ao total domínio da Mercedes. No final dessa temporada abandonou as pistas.

Giuseppe Farina participou de 33 Grandes Prêmios na Fórmula 1, foi o primeiro campeão da categoria, em 1950, venceu 5 corridas (Grã-Bretanha, Suiça e Itália, em 1950, Bélgica, em 1951 e Alemanha, em 1953), registrou 5 pole positions, 5 melhores voltas e foi ao pódio 20 vezes. Participou de 20 provas pela Ferrari e 13 pela Alfa Romeo.

Aposentado como piloto, assumiu então a presidência da Comissão Esportiva do Automóvel Clube de Turim, cargo que manteve por alguns anos. Morreu no dia 30 de junho de 1966, a caminho de Genebra, perto de Chambery, na França, em um acidente automobilístico, quando dirigia seu Ford-Cortina.

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