Carlos Reutemann

Carlos Reutemann nasceu na Argentina, no dia 12 de abril de 1942, em Santa Fé. Filho de pai alemão e mãe italiana, atuou no automobilismo argentino com muito destaque, o que o levou a receber o apoio do Automóvel Clube da Argentina e da petrolífera YPF em sua carreira na Europa.

                Contratado por Bernie Ecclestone, assinou com a equipe Brabham para a temporada de 1972, já com quase 30 anos de idade. O mundo da Fórmula 1 ficou surpreso ao ver Carlos registrar a pole position em sua corrida de estreia, com o superado BT34, justamente o GP da Argentina. Não venceu a corrida, mas mostrou que chegou para ficar. A primeira temporada não foi das melhores. Sempre que foi possível expôs suas qualidades.

                A Brabham contratou o genial projetista sul-africano Gordon Murray, ainda em início de carreira, que a partir de 1973 promoveu uma verdadeira revolução na equipe, com a criação do modelo BT42. Wilsinho Fittipaldi foi companheiro de equipe de Reutemann por dois anos (1973-1974) e falou sobre o argentino: “O Reutemann era um cara interessante. Conversava pouco, reclamava do carro e quando as coisas não iam bem era muito pessimista. Mas quando tudo dava certo com o carro era um piloto difícil de ser batido.”

                Murray projetou o BT44 para a temporada de 1974, o que colocou a equipe Brabham de volta ao rol das melhores do grid. Reutemann conquistou suas três primeiras vitórias: África do Sul, Áustria e Estados Unidos. Em 1975 venceu apenas um GP e ficou em terceiro no campeonato. Para 1976 Ecclestone assinou um contrato de exclusividade com a Alfa Romeo para uso dos motores boxer de 12 cilindros. Depois de sete quebras seguidas, Reutemann pediu rescisão de contrato e foi para a Ferrari.

                Em 1977 venceu o GP Brasil e não teve como superar o companheiro de equipe Lauda, impecável no campeonato. 1978 foi o ano mais vitorioso do argentino. Venceu quatro corridas (Brasil, Grã Bretanha, Long Beach e Watkins Glen) e terminou o campeonato em terceiro, vencido pelo imbatível Lotus de Andretti.

                Com a morte de Ronnie Peterson, Reutemann ocupou seu lugar na equipe Lotus, baseado no domínio da equipe inglesa no ano anterior. Mas Chapman dessa vez projetou um carro horrível. E para desgosto do argentino a Ferrari projetou um carro campeão.

                Para 1980 voltou a ter um carro competitivo nas mãos. A Williams atingia o topo do desenvolvimento em 1980, com grande apoio financeiro de patrocinadores árabes. Tinha como piloto Alan Jones e Reutemann ocupou o segundo carro da equipe. Venceu na temporada o GP de Mônaco e foi oito vezes ao pódio. Alan Jones foi o campeão entre os pilotos e a Williams entre os construtores.

                Em 1981, no GP do Brasil, Reutemann liderava a corrida e a equipe Williasms ordenou que cedesse a posição para Jones. O argentino se recusou e venceu. O australiano cortou relações definitivamente com Carlos. O ambiente ficou horrível na equipe inglesa durante o resto da temporada. Na última corrida do ano, o GP de Las Vegas, Reutemann liderava o campeonato apenas um ponto à frente de Nelson Piquet. Com problemas de câmbio o argentino não pontuou e perdeu o título por apenas um ponto para o brasileiro.

                Desanimado com a perda do campeonato, com quase 40 anos de idade, no início de 1982, Carlos Reutemann decidiu encerrar sua carreira. Com 146 Grandes Prêmios disputados e 12 vitórias é um dos “quase campeões” com mais triunfos na história da Fórmula 1. Registrou 6 pole positions, 6 melhores voltas e foi ao pódio 45 vezes.

                Foi político bem sucedido na Argentina. Governou a província de Santa Fé e teve grande aceitação da população da região. Apontado como um dos prováveis candidatos à presidência da República acabou recusando o convite.

                Carlos Reutemann morreu no dia 7 de julho de 2021, em um hospital de Santa Fé, onde tratava de uma hemorragia intestinal. Complicações em seu quadro de saúde levaram à morte o grande piloto argentino, aos 79 anos de idade.

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