Felice Nazzaro

Felice Nazzaro nasceu em Turim, Itália, a 4 de dezembro de 1881. Começou a carreira de mecânico nas oficinas Ceirano aos 15 anos de idade. Logo passou para a Fiat, em seus primeiros tempos como empresa, onde se tornaria piloto, juntamente com Vincenzo Lancia.

 O automobilismo já era um esporte muito popular no início do século 20, atraindo dezenas de milhares de espectadores nas corridas que, na ausência de autódromos, eram provas ligando 2 ou mais cidades, além das definidas como “subidas de montanha”, geralmente em estradas sem pavimentação. As disputas às vezes demoravam um dia inteiro, em alguns casos até mais.

 Nazzaro foi um dos maiores ídolos desse tempo. Sua primeira corrida aconteceu no dia 31 de junho de 1900, realizada em Pádua, chegando em 3º. A vitória foi de Lancia. No dia seguinte na prova Pádua-Treviso chegou em 1º. Em 1903 venceu a Copa do Consumo, com um Panhard 70 HP. Um ano depois foi o 2º colocado na Susa-Moncenisio, na vitória de Lancia.

Na Copa Gondon Bennet de 1905 os fabricantes de automóveis investiram pesado em busca da vitória. A Fiat lançou o Fiat 100 HP, para seus pilotos Nazzaro, Lancia e Cagno. Nazzaro venceu o desafio. Em 1906 foi o 2º colocado no GP da França. Em 1907, depois de vencer um desafio entre as equipes francesa e italiana, participou da Copa do Imperador, chegando em segundo, atrás de Lancia. Logo após essa disputa veio o GP da França, vencido por Nazzaro.

Em 1908 aconteceu o desafio Fiat-Napier, no primeiro autódromo construído no mundo, o de Brooklands, em formato oval. O carro da Napier logo quebrou e o Fiat de Nazzaro cumpriu o percurso, atingindo a média de 180 km/h, novo recorde. Ainda em 1908 venceu a Copa Florio, no circuito de Bolonha, e terminou em 3º o GP da América, nos EUA. As corridas automobilísticas foram proibidas em 1909, por questões de segurança.

Nazzaro decidiu usar o tempo ocioso para construir seu próprio carro, que ficou pronto em 1911. Com sua nova máquina venceu a Targa Florio de 1913 e a Copa Floria de 1914, no circuito de Madonie. Em seguida eclodiu a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e o automobilismo passou por longo período de inatividade.

Recomeçando a vida profissional Nazzaro voltou a ser contratado da Fiat, realizando os testes de novos modelos da marca. No dia 15 de janeiro de 1922 o turinense voltou às competições, para disputar o GP da França. A Fiat inscreveu seus novos 2.000 cc de 6 cilindros, que se impôs com seus pilotos Nazzaro, Pietro Bordino e Biagio Nazzaro, sobrinho de Felice. A quebra de um eixo dianteiro do carro de Biagio causou um acidente violento, que matou instantaneamente o piloto. Nazzaro passou várias voltas pelo local do acidente e viu todas as vezes o corpo coberto do sobrinho. Não desistiu da corrida e venceu. No mesmo ano foi quase vitorioso no GP da Itália, que marcou a inauguração de Monza. Liderava mas, com óleo fervente nas duas pernas, cedeu a ponta a Bordino, cruzou em 2º lugar e desmaiou.

Devido a um problema mecânico, no GP da Europa, em Monza, em 1923, cedeu a liderança a Carlo Salamano, novo contratado da Fiat. Percebeu que era chegada a hora de abandonar as pistas. E foi o que fez.

Felice Nazzaro foi um dos primeiros grandes pilotos da história do automobilismo, um ídolo pioneiro, desenvolveu uma técnica de pilotagem arrojada e eficiente. Morreu no dia 21 de março de 1940, aos 58 anos de idade, depois de longo período enfrentando uma doença.

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