A Prática Esportiva de Alto Desempenho
O século 21 guindou a prática esportiva de alto desempenho técnico a um patamar global, situação inimaginável mesmo no final do século 20. Esse fenômeno se deve à explosão da internet, que elevou a comunicação social a um nível mundial. De qualquer continente o simpatizante de um esporte pode acompanhar de perto as melhores disputas, estreitar relações com os esportistas de sua preferência, conhecer passagens históricas interessantes e aumentar seu conhecimento geral sobre o assunto. A repercussão mundial nas redes sociais de um determinado acontecimento pode influenciar nas decisões individuais de um esportista em particular ou do clube, ou equipe, seu contratante, como presenciamos em várias ocasiões.
No caso do automobilismo, o esporte de nossa preferência, quando tratamos de alto desempenho técnico devemos considerar a Fórmula 1 como a principal categoria nesse nível. Somente pilotos que atingem elevados índices de desempenho são capazes de se manter nessa competição. Nesse caso, os 20 pilotos que ocupam o grid da Fórmula 1 2023/2024 passam no teste de performance com louvor. Mesmo o Logan Sargeant, considerando o seu potencial, não os seus resultados.
Algum critério deve ser estabelecido ao considerarmos um piloto de alto desempenho. A conquista da superlicença coloca o piloto num alto patamar, pela forma como é definida – acúmulo de pontos – essa distinção. Existem pilotos de alto nível em diversas categorias no mundo, como Fórmula Indy, Fórmula E, WEC, IMSA, Stock Cars Brasil, além de outras. Se considerarmos o número de categorias em disputa no mundo na atualidade, envolvendo dezenas de milhares de pilotos, são poucos os que podem ser reconhecidos como de alto nível. Nas categorias top não chegam nem os de nível médio. Os de baixo nível duram apenas algumas poucas corridas e daí por diante vão jogar tênis ou coisa parecida.
Alguns exemplos de alta performance de pilotos, ocorridos em 2023. No GP de Singapura, vencido por Carlos Sainz, o espanhol estava liderando a corrida, nas últimas voltas, quando a equipe pediu para andar mais rápido, e ele respondeu: “Estou mantendo a diferença um pouco abaixo de um segundo para o Lando, justamente para ele acionar o DRS e ficar fora do alcance do Lewis, que está mais rápido. Tenho um segundo sobrando aqui, pra hora que vocês quiserem.” Imagine caro leitor: Não é preciso ser muito bom para controlar tanto o que tem à sua frente como também a distância de dois carros que o perseguem? E conseguir! Além de resistir à tentação de andar mais rápido e perder a corrida. A ultrapassagem de Fernando Alonso sobre Sergio Perez no fim da corrida em Interlagos foi um bom roteiro de cinema. O espanhol ameaçou passar em vários pontos quando queria executar a manobra em um ponto que o mexicano não esperava. Foi um movimento magistral. Coisas de Alonso mesmo. Incrível foi a forma como Max Verstappen administrou o consumo dos pneus durante todo ano. O holandês andou sempre nos limites determinados pela equipe, que costuma acertar na estratégia. Já disse e repito: A eficiência de Max é irritante. Em cada corrida de Fórmula 1 tem um piloto diferente se destacando por algum motivo. Competência pura!
Na Fórmula 1 de 2024 esperamos carros mais próximos, disputas entre vários carros por vitórias. Achamos que ainda vai ser difícil superar Max Verstappen. Mas torcer não nos custa nada. Continuamos sentindo a falta de um brasileiro no grid. Que Felipe Drugovich tenha melhor sorte em 2024.
Próxima coluna: 26/12/2023. Um Feliz Natal a todos os leitores, com muita saúde e alegrias.