Em Mônaco Acontece a Fórmula 1 que Queremos
Os seis primeiros carros do grid separados por menos de três décimos de segundo, os carros da Ferrari e da Mclaren chegando intercalados entre o primeiro e o quarto lugares e os sete primeiros cruzando a linha de chegada com pouco menos de 15 segundos de distância entre eles. Se existisse pelo menos um possível ponto de ultrapassagem o circuito de Monte Carlo proporcionaria uma ainda mais espetacular corrida de automóveis.
Todos os chefes, engenheiros, técnicos e pilotos das equipes têm a plena consciência de que a melhor posição de largada no sábado significa 90% da vitória no domingo. Explorando a infinidade de recursos e informações disponíveis, os profissionais enfrentaram o desafio de conquistar a pole position. Até a definição foram inúmeras trocas de posições. Charles Leclerc (Ferrari) cravou 1m10s270, tempo que não foi superado. Na sequência Oscar Piastri (Mclaren) a 0s184, Carlos Sainz (Ferrari) a 0s248, Lando Norris (Mclaren) a 0s272, George Russell (Mercedes) a 0s273 e Max Verstappen (Red Bull) a 0s297. O holandês líder do Campeonato reclamou muito da falta de equilíbrio do carro. Do primeiro ao 10º do grid (Gasly – Alpine) a diferença foi de 1s041.
A definição da corrida começou antes mesmo de completar a primeira volta. Nas últimas colocações, na subida depois da St. Devote, Perez e Magnussen se enroscaram bateram no guard rail e envolveram Hulkenberg no acidente. Perez errou por deslocar o carro do centro para a direita num momento de congestionamento na pista e Kevin errou por tentar se enfiar num lugar onde seu carro não cabia. Ainda antes de completar a primeira volta Ocon tentou passar Gasly, seu companheiro de Alpine, na entrada do túnel. Bateram e o carro de Ocon decolou, ficando fora da corrida. Esteban reconheceu o erro.
A bandeira vermelha foi acionada, determinando nova largada. Nesse caso as equipes estavam liberadas para reparos nos carros e troca de pneus. O procedimento caiu do céu para Charles Leclerc, monegasco que buscava a primeira vitória em seu país. Com uma única troca de pneus planejada as equipes calçaram pneus duros nos carros e foram assim sem mais troca até o final a corrida. Curiosamente, os 10 primeiros colocados na prova foram exatamente os 10 primeiros no grid de largada. Um fato inédito.
Nos próximos GPs, com pontos de ultrapassagem, as corridas serão bem mais interessantes. Além da ascensão de Ferrari e Mclaren, ligeira queda da Red Bull e aproximação da Mercedes, esperamos que as vitórias sejam divididas. Chegamos à oitava etapa, 1/3 da temporada, com quatro vencedores diferentes, o que projeta disputas mais equilibradas. Nada impede uma equipe que ainda não venceu consiga acertar melhor seus carros para uma pista em particular e superar as demais.
Digna de citação tem sido o desempenho de Yuki Tsunoda com seu RB. O japonês tem feito apresentações consistentes em todas as corridas, pontuou em cinco, acumulando 19 pontos, bem melhor que seu companheiro de equipe, o experiente Daniel Ricciardo, que somou cinco pontos em apenas uma corrida. O simpático australiano está na marca do pênalti. Papai Helmut Marko já deve ter decidido seu destino. Um dado interessante: Estão alinhando no grid atual da Fórmula 1 12 vencedores de Grandes Prêmios. São eles Verstappen, Leclerc, Norris, Sainz, Perez, Russell, Hamilton, Alonso, Ricciardo, Ocon, Gasly e Bottas.
O Campeonato Mundial de Pilotos apresenta algumas alterações: 1º) Max Verstappen – 169 pontos, 2º) Charles Leclerc – 138, 3º) Lando Norris – 113, 4º) Carlos Sainz – 108 e 5º) Sergio Perez – 107. Verstappen ainda deve ser considerado o principal favorito ao título.
O Campeonato Mundial de Construtores mostra as equipes mais próximas: 1º) Red Bull – 276 pontos, 2º) Ferrari – 252, 3º) Mclaren – 184, 4º) Mercedes – 96 e 5º) Aston Martin – 44. A Ferrari se apresenta como desafiante, mas o favoritismo ainda está com a Red Bull.
Próximo encontro: GP do Canadá – 09/06/24
Luiz Carlos Lima