Stirling Moss
Stirling Crawford Moss nasceu em West Kensington, Londres, a 17 de setembro de 1929. Filho do dentista Alfred Moss, que também tinha sido piloto amador, tendo como destaque em seu currículo um 14º lugar nas 500 Milhas de Indianapolis de 1924, e de Aileen, que participou de várias corridas de trials, muito populares na Inglaterra da época. O apoio para se dedicar ao automobilismo veio de casa.
Depois de praticar equitação e concluir um curso de administração de hotéis, percebeu que os carros de corrida o atraiam muito mais. Disputou, com relativo sucesso, corridas na Inglaterra pilotando carros das marcas Austin, Morgan, MG e BMW, em esquemas bem amadores. Em 1949 começou a levar a carreira de piloto mais a sério, ao comprar um Cooper Jap de Fórmula 3. Se inscreveu para o Circuito de Garda. Com um carro inferior em potência aos demais chegou em terceiro lugar, atrás dos Ferrari de Villoresi e Tadini, surpreendendo a todos.
Moss apreciava o desafio de pilotar carros tecnicamente inferiores, como os menos competitivos Alta e HWM e vencer. Nem sempre conseguia, mas era reconhecido como um dos pilotos mais talentosos de seu tempo. Participava regularmente de corridas de carros esporte e venceu, com um OSCA, as 12 Horas de Sebring de 1954. Esse foi o ano da grande mudança para melhor na carreira do piloto britânico.
Estreou na Fórmula 1 no GP da Suiça de 1951, com HWM. Em 1952 participou de cinco GPs e não terminou nenhum com carros HWM, Era e Connaught. Em 1953 largou quatro vezes, tendo como melhor colocação um sexto lugar na Alemanha, com um Cooper. No ano de 1954 guiou em seis GPs o Maserati 250F, conseguindo um terceiro lugar na Bélgica.
A Mercedes dominou o campeonato de 1954, com Fangio. Para 1955 a equipe alemã contratou Moss para ser companheiro do argentino. Com os dois a Mercedes se tornou invencível. Com o W196 Moss chegou em quarto na Argentina, em segundo na Holanda e Bélgica e venceu seu primeiro GP na Grã-Bretanha. No mesmo ano venceu a tradicional Mille Miglia, superando Fangio. Na Fórmula 1 conquistou o vice-campeonato. No final do ano a Mercedes decidiu encerrar seu departamento de competições.
Em 1956 Stirling passou a defender a Maserati, com seu modelo 250F mais evoluído. Moss venceu dois GPs, Mônaco e Itália, chegou em segundo na Alemanha e terceiro na Bélgica. Novamente vice-campeão, a apenas três pontos de Fangio, o campeão.
Moss preferia, sempre que pudesse, competir com carros ingleses. Foi assim que decidiu se transferir, em 1957, para a Vanwall, uma nova equipe inglesa com um projeto inovador. O carro evoluiu muito durante o campeonato, a ponto de Moss vencer três dos quatro últimos GPs: Grã-Bretanha, Pescara e Itália. Mesmo assim não foi suficiente para superar Fangio, que faturou seu quinto campeonato mundial. Para Moss o terceiro vice-campeonato.
1958 foi o melhor ano de Moss na Fórmula 1. Com o Cooper T43 venceu na Argentina. Participou de outros nove GPs no ano, venceu três deles, Holanda, Portugal e Marrocos e chegou em segundo lugar na França. O fator determinante para perder o título de campeão para Mike Hawthorn foram os cinco abandonos que sofreu por diversas quebras no carro. Mesmo assim perdeu o titulo por apenas um ponto, somando 41 contra os 42 de Hawthorn. Guiando para a Aston Martin no Mundial de Marcas venceu os 1.000 Quilômetros de Nurburgring e o Tourist Trophy.
Em 1959 participou de oito GPs, dois pela BRM (segundo lugar na Grã-Bretanha) e seis pela Cooper (duas vitórias, Portugal e Itália). Ficou em terceiro no Mundial de Pilotos. Venceu novamente os 1.000 Quilômetros de Nurburgring e o Tourist Trophy pela Aston Martin.
Foram cinco GPs disputados em 1960, sendo um pela Cooper (terceiro na Argentina) e quatro pela Lotus (uma vitória em Mônaco e outra nos EUA). Repetiu a terceira colocação no Campeonato. A vitória no GP de Mônaco marcou a primeira vitória da Lotus em uma prova válida pelo Mundial.
Em 1961 Moss participou de oito GPs, sendo um pela Ferguson e sete pela Lotus. Pela equipe de Colin Chapman venceu os GPs de Mônaco e Alemanha. No Mundial de Pilotos ficou novamente em terceiro. Chegou à quarta vitória nos 1.000 Quilômetros de Nurburgring no Mundial de Marcas.
No dia 23 de abril de 1962, em Goodwood, sofreu um sério acidente, ao bater de frente em um barranco. A recuperação foi difícil para o piloto e a família, inclusivo sofrendo perda temporária da memória. Atendendo a pedidos de familiares encerou sua carreira.
Stirling Moss participou de 66 GPs na Fórmula 1, entre 1951 e 1961. Venceu 16 vezes, fez 16 pole positions e 19 melhores voltas e foi 24 vezes ao pódio. É o piloto com maior número de vitórias sem ser campeão mundial. Morreu no dia 12 de abril de 2020, aos 90 anos de idade, de causas naturais.