Algumas Mudanças Necessárias na Fórmula 1
Os bastidores da Fórmula 1 estão agitados após as definições de títulos tanto de pilotos quanto de construtores, consumados no GP do Catar. Essa situação incômoda vem acontecendo nos ambientes internos das equipes, da FIA e até da Liberty Media. Muitos pontos estão em discussão na reta final da temporada de 2023.
Responsável pela elaboração e cumprimento dos regulamentos técnico e esportivo, a FIA distribuiu sete punições de cinco segundos de acréscimo no tempo da classificação final do GP do Catar, para os pilotos Perez (uma vez), Stroll, Gasly e Albon (duas vezes cada), por excederem a linha branca que delimita a pista. A FIA precisa rever esse conceito com urgência. Pra começo de conversa curvas têm características diferentes umas das outras. Deveria existir punição apenas para as curvas que oferecem riscos reais aos pilotos e público ou aquelas em que o piloto leve muita vantagem. Estabelecido o novo conceito, certamente muitas curvas deixarão de resultar em punições. Para o público é muito melhor ver o resultado real da pista.
Na área promocional, afeta portanto, à Liberty Media, têm acontecido pressões visando o aumento do número de etapas para além de 24 Grandes Prêmios. Na presente temporada deveriam ser disputadas 23 corridas, mas houve o cancelamento da prova de Ímola. Até hoje nunca foram disputadas 24 provas, porém esse número deveria ser estabelecido como teto. O Grande Prêmio deve ser um evento valorizado. O excesso seria nocivo para a categoria, dificultaria o acompanhamento pelo público e resultaria em aumento dos custos para as equipes. Outro ponto importante: A Andretti acaba de ser aprovada pela FIA para ingressar na Fórmula 1, mas ainda deverá cumprir com uma série de exigências para se integrar ao circo, o que deverá acontecer em 2025. Que tal estabelecer um teto de no máximo 24 carros no grid? Seria justo e seguro definir esse limite.
Para um piloto que venceu dois GPs e chegou duas vezes em segundo lugar nas cinco primeiras etapas do ano, Sergio Perez vem sendo uma decepção. Depois do início promissor só subiu ao pódio quatro vezes em 12 corridas, pilotando o melhor carro do grid, o mesmo do já campeão Max Verstappen. Essa situação deixa clara a importância da preparação psicológica no automobilismo. O fato de não conseguir acompanhar o ritmo do holandês tem afetado decisivamente o mexicano, vencedor de seis Grandes Prêmios na carreira. Parece que Helmut Marko, o consultor esportivo da Red Bull, colocou Perez na marca do pênalti: ou ele conquista o vice-campeonato em 2023 ou estará fora da equipe em 2024. Marko foi capaz de fazer isso com De Vries antes da metade do campeonato e poderá fazer também com Perez. O próprio Marko está sujeito a um cartão vermelho. Outro piloto que demonstra estar derrotado psicologicamente é Lance Stroll, que não acompanha nem de perto o desempenho de Fernando Alonso na equipe Aston Martin. Se persistir essa situação, o canadense vai tomar a iniciativa de sair de fininho. E pouca gente vai notar sua ausência.
A Fórmula 1 exige cada vez mais performance máxima. Requer extrema concentração e o piloto deve guiar no extremo do limite. Quem não conseguir chegar ao nível máximo de desempenho estará fora. Um claro exemplo de máxima eficiência é Oscar Piastri. O australiano da Mclaren chegou ao mesmo nível de pilotagem que Lando Norris, seu companheiro na equipe inglesa, em menos de um ano, o que é tarefa para os diferenciados. O australiano chegou à Fórmula 1 para ficar.
Situação do Campeonato Mundial de Pilotos: 1º) Max Verstappen – 433 pontos, 2º) Sergio Perez – 224, 3º) Lewis Hamilton – 194, 4º) Fernando Alonso – 183 e 5º) Carlos Sainz – 153.
Situação do Campeonato Mundial de Construtores: 1º) Red Bull – 657 pontos, 2º) Mercedes – 326, 3º) Ferrari – 298, 4º) Aston Martin – 230 e 5º) Mclaren – 219.
Próximo encontro: GP dos Estados Unidos, dia 22 de outubro.