GP da Alemanha de 1957

O piloto argentino Juan Manuel Fangio alinhou para o GP da Alemanha de 1957 com uma situação muito bem defina: 46 anos de idade, tetracampeão mundial de Fórmula 1, líder destacado do Campeonato de 1957, 23 vitórias conquistadas, dependendo de alguns poucos pontos para faturar o quinto título mundial.

Partindo da pole position, na pista tradicional de Nurburgring, de 22,772 quilômetros, com o Maserati 250F, segundo Fangio “o melhor carro que guiei na vida”, máquina que permitia uma pilotagem mais suave entre todos os carros do grid. Tinha como principais adversários os Ferrari 801 de Miki Hawthorne e Peter Collins e os Vanwall de Stirling Moss e Tony Brooks, além de seus companheiros de equipe Jean Behra e Harry Schell. No Campeonato Mundial o argentino estava na frente com 25 pontos, contra 13 de Luigi Musso e 10 de Tony Brooks.

Fangio sempre foi um piloto calculista. Não se arriscava muito na largada. Normalmente não se incomodava em perder algumas posições no início, planejava ultrapassagem por ultrapassagem, com segurança, rapidez e método. Hawthorne e Collins pularam na frente e dispararam com seus carros da Ferrari. Passadas três voltas Fangio supera um de cada vez e assume a liderança. Uma parada de boxe totalmente desastrada da Maserati fez com que o argentino perdesse a ponta para Collins e Hawthorne, ficando 28 segundos atrás dos britânicos.

Demonstrando sua absoluta competência, capaz de alterar sua forma de guiar, de técnica para agressiva, se adaptando às circunstâncias exigidas pela disputa, foi um piloto rápido e assumiu dose de inconsequência acima do normal. Na busca de superar os ingleses bateu dez vezes o recorde da pista, virando de 9m34s6 e baixando para 9m17s4. Decidido, alcançou e ultrapassou primeiro Collins e duas voltas depois, a final, superou Hawthorne, vencendo a corrida.

Juan Manuel Fangio fez a melhor corrida de sua carreira, conquistou uma vitória, também a última, e se tornou campeão mundial pela quinta vez. 1957 seria sua última temporada completa na Fórmula 1. Faria apenas duas provas em 1958 e encerrou a carreira.

No final do GP da Alemanha de 1957 perguntaram a Peter Collins sua opinião sobre Fangio. A resposta do britânico: “Fangio é um deus!” Sobre a corrida, disse o piloto argentino: “Fiz coisas nessa corrida que nunca tinha feito antes. Nunca mais quero pilotar desse jeito”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *