O Peugeot Grand Prix de 1912

No ano de 1912 as corridas de automóveis já eram bastante populares na Europa e Estados Unidos. Pilotos como George Boillot e Jules Goux eram idolatrados pelos franceses, assim como Felice Nazzaro pelos italianos. Existiam raríssimos autódromos, como era o caso de Brooklands e Indianápolis. Normalmente os circuitos ligavam cidades, em disputas geralmente no piso de terra, paralelepípedos, cruzando trilhos de trens e bondes, correndo sérios riscos de bater em barrancos ou despencar em precipícios.  Sem contar que os carros construídos eram ainda muito frágeis no que refere a durabilidade. Estruturalmente eram muito fortes, mas as peças móveis quebravam muito. As corridas eram um campo de teste e praticamente todos os fabricantes estavam diretamente envolvidos nessas competições.

A Peugeot contratou em 1910 uma equipe liderada pelo engenheiro mecânico suíço Ernest Henry, um dos mais notáveis projetistas de motores das primeiras décadas do século XX. É atribuída a Henry a aplicação pioneira do duplo comando de válvulas. Ele concebeu um motor de 7,6 litros e 4 cilindros, que produzia 148 cv a 3000 rpm, É considerado o precursor dos motores de alta rotação.Foi chamado Peugeot L76. Importante lembrar que era uma época em que a única forma de aumentar a potência seria através de motores maiores.

 O carro ficou pronto para a disputa do GP da França de 1912, corrida de 1.538 quilômetros, em Dieppe, que durava dois dias. Com seus 7,6 litros a Peugeot enfrentaria os monstruosos motores de 14,1 litros da Fiat e os de 15 litros da Lorraine-Dietrich. George Boillot venceu a corrida para a Peugeot, um carro com chassi convencional, mas com motor inovador. Depois da corrida, Boillot declarou: — Na descida de Sept-Meules chegávamos a 190 km/h e meu carro parecia andar sobre trilhos. O equilíbrio conseguido pelo conjunto que ficaria conhecido por Peugeot Grand Prix, com 254 quilos mais leve que os Fiat. Caiu por terra a teoria segundo a qual os motores maiores levarem vantagem. Um carro bem mais leve ganhava em agilidade e desempenho.  

Tendo como base o L76, a Peugeot desenvolveu, exclusivamente para corridas, os modelos L56 (5.654 cc), L3 (2.980 cc) e 4,5 Litros (4.494 cc). Essa linha de carros de corrida venceu inúmeras provas na Europa e Estados Unidos, no período de 1912 a 1916. Um 4,5 Litros venceu a prova 500 Milhas de Indianápolis de 1916, pilotado por Dario Resta.  Sucesso total para a fábrica francesa no período

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